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    Em 22/07/2023

     

    A diferença entre o tapa no filho do ministro e a bala no filho da doméstica além do fisiológico

     



            Editorial - Nos últimos dias e por tantos dias, o que pauta a dita grande imprensa e os discursos políticos é um fato longe daqui, mas perto dos interesses da elite judiciária e política: os insultos e um suposto pata sofrido pelo ministro do Supremo, conhecido como Alexandre, O Grande, e seu filho, quando estavam no aeroporto de Roma, a terra dos gladiadores.

          Duas famílias brasileiras se digladiando em plana Roma, gente da elite que resolveu lavar roupa suja de ideologias lá fora. De fato, é reprovável a e criminosa a conduta dos que hostilizaram e supostamente agrediram o ministro e seu menino, mas a reação policial contra a família agressora foi imediata: logo um inquérito foi aberto e suas casas abertas e revistadas e alguns dos seus pertences apreendidos. Certamente vão ser punidos severamente, o que não ocorreria se os agredidos fossem pessoas comuns, mas o ministro é um poderoso agente público, e agredi-lo é agredir o próprio estado.  É legítimo e lógico.

           Mas e quando o agressor é o próprio estado? Também por esses dias, a bala de um fuzil do governo atravessou a mochila e o coração de um menino pobre da periferia do Rio. Estava a caminho da escola e morreu nos braços trêmulos da mãe. Mas o fato, embora gravíssimo, porque foi o Estado que, através dos seus agentes armados, derramou o sangue de uma criança, não houve comoção nem debate na dita grande imprensa nem os meios políticos se pronunciaram: Lula e Dino calados.  Virou rotina matar preto e pobre na periferia e, por isso, não repercute: é a guerra do governo contra seu próprio povo. Eis aí o maior atentado contra a democracia que ninguém pauta e quase ninguém fala.

         No caso do filho da trabalhadora, não se sabe se já foi aberto inquieto e se já se fez alguma diligência investigativa. Mas é provável que a morte do menino Djalma tenha o mesmo resultado do óbito de tantos outros meninos e adolescentes da periferia tragados por balas oficiais: o esquecimento e a impunidade.

     

     

     

     

     

     

     

     

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    Em 15/07/2023

     

    Comparando a guerra Rússia/Ucrânia com a guerra Governo/Povo no Brasil. Em 500 dias, quem matou mais?

     



              Editorial - O mundo assustado com o tanto de gente morta na guerra travada entre Rússia e Ucrânia. Em 500 dias, foram 9 mil óbitos. Mas se para o mundo a vida pobre e preta da periferia do Brasil tivesse algum valor, o que o mundo diria se soubesse que 9 mil mortos representam apenas um final de semana por aqui? Porque aqui a guerra é do governo contra seu próprio povo. Entre as balas oficiais e as doenças negligenciadas, a carnificina é diária.

          Por aqui, as balas oficiais empunhadas pelas mãos armadas e desalmadas do governo mataram mais de 10 mil pobres, pretos e periféricos nos últimos 500 dias. Os alvos, dizem, são os acusados, mas não precisam ser acusados, basta serem suspeitos e nem precisam ser suspeitos, basta parecerem suspeitos.  Que sentença de morte infame! Matam gente feito bicho: não, bicho não, se fossem bicho, o país já tinha se comovido e se rebelado. Aqui não é a França.

          Mas os que não morrem pelas balas oficiais, morrem pela negligência da saúde pública: mais de 95% das Prefeituras não têm um tomógrafo, não tem um mamógrafo, não tem um equipamento laboratorial nem cardiológico, falta do pediatra ao psiquiatra, apesar dos bilhões gastos e, apesar dos bilhões gastos, os hospitais não têm leitos equipados nem suficientes.

             Apesar dos bilhões, não há escolas íntegras nem integrais e as crianças são atiradas ao próprio destino qual folha seca ao vento e somente uma bala é capaz de alcança-lá agora a caminho da escola, como o pequeno ou mais tarde.

     

     

     

          

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    Em 29/11/2022

     

    Quem não tem pecado que atire a primeira bala. Editorial da Folha

     



          Por Redação da Folha - Editorial AQUI

     

     

     

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    Em 14/07/2022

     

    Vale a pena matar e morrer por eles? O Brasil em risco. Editorial da Folha. Vejam aqui

     



         Por Redação da Folha - Vejam AQUI

     

     

     

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    Em 20/06/2022

     

    Editorial: você vivo vale um voto; seu cadáver vale muitos votos

     



            Por Redação da Folha - Vejam AQUI

     

     

     

     

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    Em 03/10/2020

     

    A política no tempo de Misericórdia

     



               Editorial (Sousa Neto) - Entre os anos de 24 e 30 do século passado, a Paraíba, pobre Paraíba, Paraíba pobre, foi governada por dois Joãos, um Suassuna e outro Pessoa.  Mas as coincidências ou semelhanças entre eles não são apenas o antropônimo nem o mesmo tronco político epitacista que cultivavam. Tiveram o mesmo destino também, triste destino, destino triste: ambos foram executados à bala fora do seu território e dentro de uma mesma circunstância de motivos. Dizem que a vingança é um prato que se come frio.

            No entanto, há igualmente, asseguram muitos, grandes diferenças entre esses Joãos. O Suassuna, como defendem vários historiadores, privilegiou a política dos coronéis na gestão dos municípios no curso do seu governo, enquanto o Pessoa foi bem mais afeito aos doutores, embora, conforme opina o historiador Osvaldo Trigueiro, nos lugares comandados pelos prefeitos-coronéis havia menos turbulência político-social do que nos rincões sertanejos geridos pelos ditos homens de diploma. Estes nem sempre apostavam na caneta; por vezes escreviam seus interesses pela letra sanguinária da bala. E o que é a vida, que dizem ser obra de Deus, diante de uma das mais prestigiadas invenções do homem e tão em moda agora quanto foi no passado: a pistola?

                Sangue foi a tinta que grafou as principais páginas da história de Misericórdia, meu lugar, no período de Suassuna e Pessoa, mas as arengas familiares e políticas paroquiais não começaram com eles nem se encerraram com eles. Na terra de Misericórdia, minha terra, pobre terra, terra pobre, até por volta de 1915, eram os Leites, de Piancó, município de onde nos desmembramos, que comandavam a política e o poder de a hoje Itaporanga. No entanto, a família Genipapo (Gomes Silva) comandada inicialmente pelo coronel João Severino e, depois pelos seus descendentes, os doutores Praxedes Pitanga, advogado; e José Gomes, médico, adere ao chefe político do estado à época, Epitácio Pessoa, e ascende ao comando do poder local, mas não fica por muito tempo.

                A morte violenta e virulenta em 1920 de um importante membro da família Lacerda, também conhecida como Nitão, que tinha ligações e relações com o epitacismo através de uma ala política conhecida como Novos Turcos, e era inimiga ferrenha e feroz do clã Genipapo, mina o entendimento genipapense com Epitácio e, consequentemente, os Gomes Silvas ficam fora do poder durante os governos de Camilo de Holanda e João Suassuna, crias de Epitácio.

                As perseguições políticas, policiais e judiciárias à família Genipapo, a quem é atribuída a morte por encomenda de o Nitão, também motiva o êxito dos seus mais importantes membros: eles deixam Misericórdia temendo represália dos inimigos e toda perseguição que sofriam pelo poder estadual e municipal, que passou às mãos dos seus adversários. De Cajazeiras, onde passou a viver, Pitanga, que sempre negou envolvimento de sua família no crime, tinha a missão de defender judicialmente a família das acusações lhe imputada e, ao mesmo tempo, dá alguma assistência à mãe, uma viúva carregada de filhos e de angústias que se exilou em Piancó.

                Durante o governo João Sussuna, com os principais integrantes da família Genipapo fora do município, fugindo das ameaças e ações de revide, Misericórdia foi comanda pelo prefeito José Brunet, integrante dos Nitões, que passaram nove anos seguidos no poder, mas isso iria mudar. No começo de 1928, Pitanga, de viagem ao Rio, então capital da República, bateu à porta de Epitácio Pessoa na companhia de José Gomes. Contaram toda a ocorrência e pediram segurança para voltarem à Misericórdia, mas receberam mais do que isso: Epitácio anunciou que o seu sobrinho, João Pessoa, iria suceder Suassuna no governo e a intenção era botar ordem no estado e solucionar conflitos como o que ocorria na terra dos Gomes Silva. Antes, Pintanga e Dr. José Gomes chegaram a falar com o próprio Suassuna, a quem se queixaram das perseguições sofridas, mas não receberam garantias para que retornassem porque eram considerados adversários do governo, mas retornaram mesmo assim: era a esperança de câmbios políticos no estado prometidos por Epitácio.

                Depois da diáspora, o regresso: na bagagem dos Genipapos, muitas armas e planos. Estavam preparados para enfrentar os adversários no conflito à bala, caso fossem provocados, mas sua maior intenção era vencê-los no voto e retomar o poder municipal. A intenção era disputar em 1929 vagas na Câmara Municipal. Fazer maioria no parlamento mirim era importante porque, na época, caberia aos vereadores a escolha do prefeito. Mas, para isso, precisam também voltar a ter o apoio do governo estadual. Nas disputas internas do partido epitacista para a escolha do novo presidente, assim chamado naquele tempo, o governador do estado, houve arengas e arestas: Suassuna queria nomear o próprio sucessor, mas coube a Epitácio, como sempre, a palavra final na indicação do novo gestor estadual e o indicado, como já se esperava, foi João Pessoa, contrariando muitos epitacistas pelo estado afora.

                Com as desavenças causadas na luta interna pela sucessão, Brunet e os Nitões ficam do lado de Suassuna, ou seja, contra João Pessoa. Foi a oportunidade que os Gomes Silvas queriam para voltar ao controle estatal em Misericórdia: de oposição passaram à situação em um tempo em que a política mandava na polícia, no Ministério Público, na Justiça e controlava pela força da caneta ou da pistola tudo e todos.

             A campanha eleitoral de 29 em Misericórdia foi tranquila. O Genipapo não sofreu nem disparou nenhum tiro, mas terminou sendo alvo de uma fraude eleitoral, conforme denunciou o próprio Pitanga. Os recursos do advogado contra a eleição por suposta irregularidade não surtiram efeito até as mãos de João Pessoa caírem sobre o caso. Os derrotados nas urnas, certos de que tinham sido vítimas de uma fraude, levaram ao governador suas queixas e o mandatário estadual resolveu tudo em uma canetada só: privilegiou seus novos aliados e nomeou José Gomes para o comando da Prefeitura, o que representou a volta definitiva do Genipapo ao poder. Com ou sem irregularidades, o resultado das urnas foi simplemente igonrado, porque, naqueles tempos, o presidente do estado podia muito e podia tudo.

                Mas o tempo era de turbulência por causa da conduta pessoal e político-administrativa de João Pessoa, que rompeu abruptamente com os antigos aliados de Epitácio para criar seu próprio grupo e se sobrepor politicamente no estado. Foram tempos de conflagração e as rendas públicas deixaram de ser investidas ao bem da população para serem gastas no enfrentamento armado contra seus inimigos do presidente Pessoa. Foi nesse ambiente que José Gomes assume a Prefeitura.  Além das querelas constantes com seus inimigos políticos e pessoas no município, o prefeito também enfrentou problemas externos, principalmente depois do rompimento do coronel José Pereira, chefe de Princesa Isabel, com o governador João Pessoa. O coronel declara o município um território independente da Paraíba e arregimenta homens armados para garantir e expandir seus domínios políticos e territoriais contra o governo estadual no que se chamou de Revolta de Princesa. Muita gente dessa região apresentou-se para ser ao coronel, inclusive um tio-avô meu chamado Zé Correia. Ele saiu do barrocão a pé rumo a Princesa, mas antes dele chegou ao coronel um pedido do seu pai, o meu bisavó e homem de grandes posses e conhecimento Juvenal Correia: o pedido levado por um portador a cavalo era para que o chefe de Princesa não aceitasse Zé Correia como soldado e foi atendido. O voluntário apresentou-se e logo foi dispensado. A frustração o levou ao caminho de casa tomado por vergonha e desânimo.

                Cidades circunvizinhas de Princesa que tinham prefeitos aliados de João Pessoa, a exemplo de Misericórdia, foram alvo da ira do coronel Zé Pereira. Em um dia de maio de 1930, homens armados da tropa do coronel princesense investem contra a cidade, em uma tentativa de invasão, mas o ataque já era esperado. A cidade preparou-se para o enfrentamento e, em um fato inusitado, as duas famílias inimigas uniram-se para a defesa da terra: os Nitões guarnecem a parte Norte e Leste do território urbano, enquanto o prefeito José Gomes e seus homens montarem piquetes em alguns pontos estratégicos ao longo de flancos Sul e Leste nas principais entradas de Misericórdia, um deles dentro da própria casa do prefeito e outra no Cruzeiro.

               Os homens do coronel vieram exatamente pelo Leste, atravessando o rio Piancó e aproximando-se da casa do prefeito, onde houve troca de tiros. Pitanga narra em suas memorias que o confronto foi intenso e varou a noite, e ninguém ficou ferido, mas uma bala de fuzil atingiu um Coração de Jesus, uma imagem de madeira afixada na parede da casa do prefeito Gomes. Embora reconhecendo o ato heroico dos defensores de Misericórdia, há evidências de que o que também contribuiu para afugentar o pessoal de Zé Pereira foi uma ajuda que veio literalmente do céu: um avião monomotor que estava à disposição da tropa estadual no quartel general montado em Piancó pelo governo para combater os rebeldes de Princesa.

             Foi o prefeito que mandou um telegrama pedindo ajuda, mas, antes, o próprio gestor precisou ordenar a prisão do chefe dos Correios locais. O problema é que o funcionário do serviço postal era um funcionário federal e, como se supõe, devia obediência ao presidente da República, à época Washington Luiz, adversário político de João Pessoa, que então era candidato a vice-presidente na chapa da oposição encabeçada por Getúlio Vargas. O prefeito José Gomes imaginou que não poderia confiar no funcionário e precisava ter a certeza de que o pedido de socorro iria chegar ao destinatário e chegou.

             Contam que o avião, um “bicho” totalmente desconhecido pelos sertanejos da época, sobrevoou a cidade e afugentou os invasores, que se dispersaram desesperadamente pelo mato, rumo a Princesa. A professora Laura Oliveira, em entrevista nos concedida em 2009, então com 90 anos, contou que alguns desses homens chegaram à fazenda do seu pai em Pedra do Fumo, hoje Pedra Branca, pedindo ajuda. Eles já não tinham armas e estavam completamente esfarrapados e famintos. Diziam que vinham da briga de Misericórdia e aparentavam assustados como se estivessem fugindo de uma criatura feroz.

              

     

     

     

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    Em 05/12/2019

     

    A frase infeliz do ministro da Educação sobre o Enem e os excluídos do Vale e do Brasil

     



    Por Redação da Folha - Editorial falado. Ouça AQUI

     

     

     

     

     

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    Em 23/09/2019

     

    A política do confronto e o menosprezo à vida: quem vencerá esta guerra?

     



                Editorial – O dinheiro dos bancos tem seguro, mas a vida humana, não. A vida é única e, uma vez perdida, perdida para sempre. Por isso mesmo a Constituição consagra a vida como um bem inestimável, inegociável. A vida deve estar acima de qualquer coisa, de qualquer patrimônio e tão cara que nenhum dinheiro deve alcançar: dinheiro se repõe; vida, não.

                No entanto, o que se vê no Brasil é um completo menosprezo à vida por sucessivos governos em sua saga contra a criminalidade, mas em vez de vencer a violência, o estado brasileiro gera ainda mais violência. Nos últimos 50 anos, tanto os governos de direita quanto os de esquerda elegeram o confronto como política de segurança pública, um caminho que já se mostrou equivocado e um erro que se agrava com o novo governo, eleito com um discurso de apologia à bala.  

              Nos assaltos a bancos no interior do país aos conflitos na periferia dos grandes centros urbanos pela justificativa do combate à droga, o que se vê são inocentes no meio do fogo cruzado entre polícia e bandido. Gente inocente perde a vida, policiais perdem a vida. São incontáveis crianças, pequenos e inocentes brasileirinhos, que morrem por balas perdidas ou balas achadas ou balas oficiais.

             A política do confronto é antiga e nunca resolveu nem resolverá o problema da segurança pública, ou contrário, produziu e produz ainda é mais crimes e ilegalidades. Muitos defendem esse tipo de ação das forças públicas, mas duvido que alguém queixa um tiroteio em sua porta, em sua rua, em seu bairro. Ao defender e estimular o confronto, o governo expõe inocentes e os próprios policiais, gerando uma guerra que não terá vencedores.

                Um dia quando o governo deixar de fazer populismo com o sangue humano e decidir promover, de fato, segurança pública, verá que o caminho é investir em investigação e inteligência policial.

              É prudente e necessário que, em certos momentos, a própria política recuse para evitar o confronto e preservar inocentes e os próprios policiais, mas o inquérito, ou seja, a investigação deve sempre avançar, porque ela é garantia de que, a qualquer momento e quando menos esperar e não poder reagir, o criminoso será preso e não sairá tão cedo, pois quem solta não é a Justiça, como muitos falam, quem solta é investigação mal feita ou flagrante sem amparo legal.

     

     

     

     

     

     

               

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    Em 22/08/2019

     

    Um mal silencioso que nenhum tiro cala

     



                   Deste Vale sertanejo aos maiores centros urbanos do país, as enfermidades mentais, as doenças psíquicas se proliferam e atingem muitos e cada vez mais. A depressão, a esquizofrenia, a dependência química de drogas farmacêuticas, alcoólicas e ilícitas, os transtornos de ansiedade e outros afetam milhões e têm um reflexo arrasador na integridade física individual e na própria segurança pública.

                    A cada minuto, esses males emocionais motivam o autoaniquilamento de muitos: silenciosamente, milharam de pessoas, inúmeras das quais jovens, tiram a própria vida, mas o suicídio não é a única resposta a dores íntimas tão profundas. Há os que, transtornados e aterrorizados mentalmente, também atentam contra a vida dos outros. Recordem alguns casos mais recentes e de grande repercussão no Brasil: o vigia de uma creche mineira que ateou fogo em crianças, professoras e nele próprio; os estudantes que mataram colegas em uma escola paulista e, depois, tiraram a própria vida; e, esta semana, o jovem que fez reféns dentro de um ônibus no Rio e terminou sendo baleado e morto.

                    Nesses casos e em outros, é facil chamar essas pessoas de criminosas, bandidas e achar que o remédio é simplesmente bala, mas tiros não resolvem tudo nem nada: os fatos são bem mais complexos e gritam por uma solução que também não é simples, mas começa por um educação sanitária e a qualificação e ampliação da saúde mental pública: o aumento dos leitos psiquiátricos, a expansão e qualificação dos CAPS, a abertura das portas escolares e familiares para a assistência psicológica, o debate local e nacional sobre suicídio e dependência química, envolvendo as famílias, poder público e toda a sociedade.

                    Condecorar, comemorar a morte, em um menosprezo total pela vida, principalmente a dos outros é coisa de figuras equivocadas e controversas como Witzel, governador do Rio, e típico do bolsonarismo: o próprio presidente não reconhece que também foi vítima de um enfermo mental e devaneia sobre o assunto.

                Definitivamente, o Brasil não precisa de falsos heróis nem de heróis sanguinários e oportunistas nem de tantas tragédias familiares e nacionais; precisa é de paz permanente no seio das famílias e da sociedade e essa conquista somente será possível se o país reconhecer que está doente e começar a ser tratado, mas não a custo de bala.

               Nós precisamos escolher entre a paz e a vingança; entre a Justiça e o justiçamento. Essas escolhas precisam começar dentro de cada um para depois ganhar as ruas, as redes e construir civilidade, caminho seguro para tudo.

     

     

     

     

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    Em 10/05/2019

     

    Os crimes financeiros do Bradesco contra os aposentados rurais

     



              O Bradesco teve um lucro superior a 19 bilhões de reais no ano passado, conforme dados contábeis publicados pela própria instituição bancária. Um crescimento financeiro de 30, 2% em relação a 2017.

               Como pode um banco faturar tanto em um país com tanto desemprego, com tanta miséria, com tanta crise econômica, com tantos pensionistas e aposentados rurais do sertão nordestino sem remédio e sem comida pelo mísero benefício que recebem?

                A resposta é simples e vem de uma analogia ao próprio ambiente sertanejo: por aqui, o tempo em que mais os urubus se nutem é exatamente o tempo das agonias e mortes: a dor pela falta de chuva e de governo. As carniças dos rebanhos que não resistiram ao estio são um grande banquete às aves necrófagas, mas querer comparar o Bradesco a um abutre é despeitar o urubu sertanejo, tão importante para a natureza e o meio ambiente pela sanidade que promove.  

               Nos rincões nordestinos, as vítimas preferencias do Bradesco são os aposentados rurais e os beneficiários do amparo assistencial (BPC), gente pobre, vulnerável, sem voz, que não sabe a quem recorrer nem há a quem recorrer contra a voracidade financeira do banco. Grande parte do farto lucro do Bradesco vem da sua avareza, dos abusos e exploração predatória contra essa população empobrecida e maltrata.   

              Depois que passou a vigorar as leis dos empréstimos consignados (10.820/2003 e 10.953/2014), que tanto favorecerem aos bancos, o Bradesco ganhou licitações para pagar os beneficiários do INSS no interior nordestino e ocupar as agências dos Correios para fazer seus negócios. Ganhou tanto dinheiro que montou agências em todas as cidades sertanejas, inclusive nas menores.

              Não são apenas as taxas elevadas de juros que favorecem essa exploração contra os pobres. Há muitas táticas do Bradesco, algumas sutis e ilegais, para tirar parte do salário mínimo dos pobres beneficiários da Previdência. O que primeiro faz o banco é induzir e até obrigar os aposentados e amparados a abrir conta corrente mesmo sem nenhuma necessidade e essas pessoas passam a pagar mensalmente taxas de manutenção dessas contas ao banco, o que se configura um crime contra os idosos e deficientes.

           Quando conseguem um benefício previdenciário, o trabalhador rural, idoso e deficiente já recebem, sem custo, uma conta-beneficio e um cartão magnético para ter acesso ao pagamento e até a empréstimos, e não precisam abrir conta corrente, mas o Bradesco, de maneira irresponsável e premeditada, não orienta o beneficiário e induz essas pessoas a abrirem conta corrente e passam a pagar taxa de manutenção, é descontada mensalmente do salário do beneficiário.

                Além da taxa, os aposentados passam a sofrer também com descontos ilegais em seus benefícios: pagamento de seguros não autorizados pelo titular da conta, pagamentos de anuidade de cartões de crédito que nunca utilizaram, pagamento por emissão de talões de cheque que nunca foram pedidos nem adquiridos, empréstimos consignados de renovação automática ou disponibilidade de crédito na conta sem solicitação, gerando endividamento por longos e muitos anos. Além de tudo isso, há também os empréstimos fraudulentos que muito também prejudicam os segurados da Previdência.

                E é exatamente isso que quer o banco: aprisionar o beneficiário por dívida pela vida toda. Neste quesito, a lei de 10.953/2004 foi extremamente favorável aos bancos privados, pois determina que, entre outras coisas, o aposentado ou amparado não pode deixar o banco onde recebe o benefício enquanto tiver dívidas com a instituição. Essa lei é inconstitucional, mas foi defendida pelo governo e aprovada pelo Congresso em benefício das bancas financeiras. Não havia nenhum problema o beneficiário migrar, por exemplo, para um banco público ou para uma conta-benefício, porque os descontos dos empréstimos seriam mantidos normalmente, mas bancos privados, especialmente o Bradesco, que é quem paga os rurais e o BPC, não querem perder os correntistas, porque são esses pobres que ajudam os cofres bilionários do banco.

                Não é por acaso que todos os beneficiários do INSS  que recebem no Bradesco pagam conta corrente e estão endividados, muitos não chegam a receber nem 700 reais, dinheiro insuficiente para sobreviver, um desrespeito à dignidade da pessoa humana, um fundamento da Constituição. Boa parte do salário mínimo do segurado fica com o próprio banco e vai engordar seu lucro. O senhor Octavio de Lazari Jr, presidente do Bradesco, deveria envergonhar-se dessa organização tão nefasta e que tanto mal tem feito a gente já tão sofrida. É riste presenciar tantas lágrimas e arreios diários, enquanto o banco posa de bom moço na propaganda cara da TV.

                Se no Brasil os bancos mandam em tudo e em todos, inclusive no próprio Banco Central, no governo e no parlamento, e diante da omissão da Polícia Federal, das Defensorias Públicas, dos Procons e das instituições judiciárias, só podemos apelar para Deus ou para o Diabo.  Se existir o Satanás, que este se encarregue da alma de Larari e leve o Carlos Trabuco junto. Mas há um castigo bem mais real e imediato para eles: basta o beneficiário, assim que receber a carta de concessão, dirigir-se ao posto de atendimento do INSS e pedir para mudar de banco e passar a receber em uma instituiição pública, que é menos ruim.

     

                  No canal da Folha no Youtube circula um audio que também enfoca e dá mais detalhes dessa triste realidade. Vejam AQUI

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    Em 08/04/2019

     

    Uma descrição de Itaporanga no tempo da Ditadura Militar

     



                 Editorial (Sousa Neto) - Nem todos vivenciaram nem todos leram sobre a Ditadura Militar, regime que governou o Brasil entre a maior parte da década de 60 e meados da década de 80. O presidente Bolsonaro costuma elogiar a ditatura e até mandou que os quartéis comemorassem o golpe que instituiu o regime, mas, conforme a verdade histórica, foi um tempo de opressão, perseguição, tortura, assassinatos, exílio, censura, intolerância, corrupção velada, falso moralismo, profunda injustiça social, pobreza e completa ausência de liberdade e de garantias individuais.  

                Muitos conhecem a ditadura exatamente pelo peso sanguinário de sua mão contra as pessoas que se opuseram ao regime durante seus 20 anos, mas há outra face da ditadura igualmente grave pelas consequências nefastas para a sociedade brasileira: a má gestão econômica, o endividamento externo, os equívocos na educação pública, a falta de serviços básicos de saúde, a profunda miséria do povo e outros graves problemas sociais também mataram muito no tempo dos generais.

                Em Itaporanga, no tempo da ditatura, por exemplo, a maior parte dos seus moradores eram analfabetos; era altíssimo o índice de mortalidade infantil e materno; a pobreza atingia mais de 80% da população; a alta inflação impedia o acesso de grande parte do povo ao consumo, inclusive de insumos básicos. A fome atingia quase todos os lares e havia constantes saques ao comércio. Não havia saúde pública e a escola era um privilégio de poucos. O mercado pouco tinha para vender: equipamentos como fogão a gás, carro, moto, TV e telefone eram “luxo” de pouquíssimos. Energia elétrica e água encanada também eram serviços limitados e insuficientes. Estradas e transportes eram poucos e precários.

             As terras igualmente estavam nas mãos de apenas meia dúzia de privilegiados, que exploravam trabalhadores rurais, submetidos ao regime de semiescravidão. Os donos da terra também eram donos dos seus moradores e igualmente se sentiam donos das filhas e mulheres desses camponeses, que nada tinham a não ser a força de trabalho. Já os negros eram proibidos de frequentar os mesmos lugares dos brancos sob pena de prisão e agressão.

                Ainda nesse tempo em Itaporanga, os coronéis políticos mandavam e desmandavam na polícia, na Promotoria e na Justiça. Quem ousasse contrariar seus interesses era perseguido, agredido, preso e, em muitos casos, eliminado. A vingança, o revide, a pistolagem e a intolerância eram comuns.

                 As mulheres eram extremamente submissas aos homens. A violência doméstica, física e sexual contra elas era vista como coisa comum e os agressores, protegidos pelos seus padrinhos políticos, não eram punidos nem quando trucidavam mulheres nem quando matavam os mais fracos na hierarquia social.

                Nesse tempo em Itaporanga imperava a lei do mais forte. Isso motivou as brigas sanguinárias entre famílias por hegemonia política e social no município. Não havia uma única feira livre sem a notícia de um cadáver, sempre uma morte de cada lado na contenda familiar. A elite econômica e política, que era dona do poder e fazia o que queria com as rendas públicas, também oprimia, humilhava e maltratava os mais pobres, vítimas de profundas injustiças e sem qualquer liberdade e oportunidade de progredirem na vida. Se não havia tanto roubo é porque não havia tanto o que roubar pela grande pobreza social, mas era costumeiro os mais fortes e protegidos pelo revólver e pela política tomarem terras e animais dos pequenos agricultores, que não podiam se defender nem tinham a quem recorrer.

                A ditatura ruiu em 1985, mas muitos dos seus resquícios permaneceram, alguns até hoje, a exemplo da truculência das forças de segurança, que matam milhares todo ano; o machismo nas relações conjugais; o atraso na educação pública; e o autoritarismo de nossas instituições judiciárias, administrativas e políticas. Já cânceres sociais como a inflação e a miséria, também heranças da ditatura, começaram a ser vencidas a partir da segunda metade da década de 90 com a estabilidade econômica, ampliação da seguridade social, o aumento do emprego, do nível salarial e do consumo.

              Precismaos, cada vez mais, avançarmos na civilidade, e não retrocedermos ao brutalismo do passado.

     

     

     

     

     

               

     

     

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    Em 13/01/2019

     

    Igreja sem partido: uma reação do magistério

     



              Editorial - Muitos dos seguidores políticos do novo presidente da República e ele próprio defendem um tal de projeto chamado Escola sem Partido, porque botaram na cabeça que há doutrinamento ideológico e partidário nas salas de aula.

             Falta, no mínimo, discernimento a essas pessoas, que mostram completo desconhecimento sobre a escola: eles confundem sociologia, que é uma ciência, com socialismo ou esquerdismo partidário, e também se apegam a casos isolados para tentarem aprovar uma lei sem sentido nem utilidade. Outro dia um professor postou um breve trecho da Constituição brasileira em uma rede social, e alguém o chamou de esquerdista, ou seja, o problema é que muita gente está discutindo o que não sabe nem procura aprender.

             Na verdade, bom mesmo é que a escola tivesse partido, sim, para que houvesse representantes no Congresso para defender a educação com mais legitimidade contra tanta coisa ruim que a ameaça, a exemplo desse tipo de projeto de lei, que vai além da inutilidade e torna-se prejudicial. Temos na Câmara Federal a bancada do boi, da bala, da Bíblia, das empreiteiras, mas falta a bancada da escola. Se há tantos deputados eleitos pelas igrejas e nenhum pela escola é sinal que o debate está invertido. Mais do que a educação, a bancada religiosa, principal entusiasta do projeto nefasto, tem desrespeitado a própria Carta Magna que jurara respeitar: tentam transformar um estado laico em uma teocracia, regime de intolerância já superado pela civilidade ocidental.

                Eles querem Escola sem Partido e querem escola sem ciência, como recentemente defendeu uma ministra, mas arrogam-se no direito de misturarem Deus com política partidária e eleição: querem mais do que fé e dízimo, querem votos também, tanto que as igrejas fizeram centenas de parlamentares estaduais e federais pelo país afora. É importante dizer que tanto as igrejas quanto a escola, a ciência e os partidos são instituições fundamentais para uma sociedade democrática, mas são distintas, cada uma com suas atribuições e convívio harmônico, tolerante, tudo pela obra da civilização humana ainda em andamento, mas a ameaça do teocentrismo ainda é uma realidade e pode nos conduzir ao barbarismo da idade média.

                O projeto Escola sem Partido é, acima de tudo, um desrespeito aos milhares de professores deste país, que precisam de muito, menos de desconfiança camuflada na lei que alguns propõem. Desconfiar do trabalho dos nossos professores e querer aprovar uma lei propondo confusão e castigo aos trabalhadores da educação é algo inaceitável e motiva os nossos mestres a iniciarem também uma campanha: Igreja sem Partido. É preciso acabar com o partidarismo das igrejas antes que ele acabe com as muitas conquistas da democracia, entre as quais a educação escolar plural e humanística.

     

     

     

     

     

     

     

     

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    Em 08/09/2018

     

    Um na cadeia e o outro no hospital

     



               Editorial – O título até parece manchete de fatos policiais tão corriqueiros por este país afora, mas, na verdade, estamos falando do atual cenário político brasileiro, onde os dois candidatos à Presidência mais pontuados nas pesquisas estão figurando em páginas lamentáveis: Lula na cadeia; Bolsonaro no hospital. São os dois que polarizam as intenções de voto e tambem as brigas apaixonadas nas redes sociais e nas ruas, mas esse não é o caminho do Brasil.

                Hoje a principal ameaça à nossa democracia, ou seja, à vida do próprio país, é uma coisa chamada paixão política, sentimento que leva à intolerância e à bestialização social. A paixão tem dois lados insanos: o ódio e o apego irracional.

                Como a paixão cega, a pessoa vê apenas o lado positivo do seu candidato e somente o lado ruim do seu adversário: tudo do meu é bom; tudo dos outros não presta. As pessoas bringam e se intrigam por políticos sem medir o risco de uma decepção depois. Estão cegas, incapazes de ver corrupção ou enxergar despreparo ou ver um e não ver o outro, conforme as conveniências passionais.

                 Transformam a política em uma religião e passam a endeusar o seu candidato e endemoniar o concorrente.  Essa alienação política de um lado e do outro é nociva, é uma doença: corrói as relações pessoais e ameaça a saúde institucional da própria nação.

                   Paixão é o contrário de razão e não há civilidade sem equilíbrio e sem raciocínio. Mas o alienado político é tão cego que não consegue enxergar que sofre do problema: é o sintoma do autocentrismo, que é pior do que o egoísmo.

                    Ainda bem que, além da prisão e do hospital, há boas opções para a Presidência nesta eleição: gente limpa e preparada, mas não santa, até porque não precisamos de santo nem de demônio na cadeira principal da República.

     

     

     

     

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    Em 26/08/2018

     

    Na semana do folclore, os mitos e assombrações da campanha presidencial

     



                 Editorial - Além das crendices e imaginações da nossa cultura popular, o folclore parece ter chegado também ao cenário eleitoral brasileiro na atual corrida à Presidência, onde mitos e lendas povoam o imaginário do povo e se tornam uma assombração para quem, realmente,  deseja um país com um futuro moldado pela razão e pela civilidade.

                Há uma similaridade semântica entre mito e mentira: expressam essencialmente a mesma natureza. A natureza do que não é real, do que não é racional, do que é ilusório, fantasioso. Talvez o que difere uma coisa da outra é o fato da mentira estar mais associada à intenção de enganar, enquanto o mito é alimentado bem mais pela ingenuidade.

                Nesta campanha eleitoral não é exagero tratar alguns candidatos como mitos, pois suas propostas e discursos carregam verdadeiras lendas por serem tão deslocados da realidade, tão ilusórios que causam espanto em quem preserva o mínimo de discernimento.

                  Dos livros de “estórias”, as lendas e mitos migraram para as redes sociais, lugar fértil para tudo: de fake news travestida de verdade a curupira disfarçado de candidato ou seria o candidato curupira. Votamos ao tempo em que é possível acreditar no impossível ou no improvável.

                   Entre maldade e ingenuidade, o saci-pererê da periferia foi encontrado por uma bala oficial perdida na selva de pedra dos homens que confundem autoridade com autoritarismo, alhos com bugalhos, mentira com verdade, razão com mito.

     

     

     

     

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    Em 12/08/2018

     

    O único caminho seguro para o Nordeste na eleição presidencial de outubro

     



                 Editorial - Além dos devaneios de Bolsonaro, das ilusões do PT, das contradições de Marina e das incógnitas de Alckmin há uma realidade que precisa ser refletida pelos nordestinos nas eleições presidenciais de outubro próximo. Hoje, como nunca, o Nordeste tem a necessidade de um presidente que conheça profundamente a região e, mais do que isso, tenha identidade com este povo e vontade política para enfrentar as grandes questões que afetam os nordestinos mais drasticamente: obras hídricas e viárias, saúde, moradia, educação e segurança pública são problemas nossos que precisam de prioridade.

                    A Transposição do Rio São Francisco, tão vital para o Nordeste, ainda não foi concluída, e precisa de alguém na presidência que priorize esta obra, assim também como a ferrovia Transnordestina, também ainda inconclusa, além de muitas obras no campo viário, como a duplicação e implantação de rodovias. Grandes projetos de cisternas e açudes por toda a região precisam igualmente serem sequenciados a partir de 2019. Maior expansão e investimento na rede universitária e de escolas profissionalizantes e aumento do número de escolas do ensino básico em tempo integral  são outras necessidades regionais, mas sem esquecer o grande déficit de creches que a região ainda sofre.  Mães sem creche e sem casa, hoje são milhões de famílias em todos os 9 estados sem uma moradia própria e sem recursos para o aluguel, vivendo nas piores condições sociais e sanitárias.

                    Mas duas grandes atuais preocupações do Nordeste são a saúde e a violência. Hoje milhões de nordestinos não têm acesso a uma consulta especializada nem a exames e, em muitos lugares do semiárido, falta até assistência básica por falta de profissionais, estrutura física e remédios.  O interior da região é carente de grandes hospitais, principalmente no campo da oncologia e traumatologia. Um outro drama está nas ruas: as cidades nordestinas são hoje as mais violentas do país e é preciso um grande investimento no social para vencer as desigualdades, dando mais oportunidade de estudo, recreação e trabalho ao jovem pobre. Saúde psiquiátrica para acolher e tratar dependentes químicos é outro fator fundamental, mas, a curto prazo, o caminho é o desenvolvimento da inteligência policial, melhorando a capacidade de investigar e prender.  

                    Diante destes e de outros desafios enfrentados pelo Nordeste, que tem o segundo maior eleitorado brasileiro, com 26,7 milhões de votantes, não enxergamos um outro nome capaz de responder a isso se não Ciro Gomes, pela experiência administrativa e identidade nordestina que carrega consigo em décadas de uma vida pública limpa. Ex-governador do Ceará e ex-ministro dos governos Itamar Franco e Lula, tem a mão de Ciro em duas obras importante e de grande repercussão social, o Plano Real, que acabou com o câncer da inflação na década de 90, e a Transposição, obra aguardada há muitas gerações de nordestinos, principalmente da Paraíba, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Que cada nordestino, tanto os que vivem aqui quanto os que moram fora, possa refletir sobre a necessidade de termos alguém identificado com esta terra na Presidência. 

                   

     

     

                   

     

     

     

     

     

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