Em 18/03/2019
Uma das peças na engrenagem da indústria de desvio de dinheiro da saúde da Paraíba, a ex-todo-poderosa secretária da gestão Coutinho, Livânia Farias, vive momentos de via crucis na operação Calvário. Na cadeia, ela tem dois caminhos: responder sozinha pela sangria nos cofres públicos ou dá uma de Judas pelas moedas da liberdade.
Se abrir a boca, despenca metade do céu. Um lobo disfarçado de cordeiro: as máscaras de Coutinho começam a cair e podem terminar na lama. Neste cenário, parece que Barrabás não terá perdão.
Quem não tem pecado que atire a primeira pedra, sim, mas parece que a turma do Coutinho foi longe demais. É muita avareza para pouca cristandade. Enquanto o dinheiro público irrigava o luxo e a eleição, o povo carregava a cruz pesada da saúde pública. Quantas crianças, mulheres e idosos não foram crucificados daqui para a capital por falta de condições hospitalares mínimas. Nós, aqui neste Vale de lágrimas, sabemos muito bem o que é morrer à míngua.
Mas é bom que se diga: se não fosse o Ministério Público do Rio de Janeiro descobrir os maus feitos da Cruz Vermelha de lá e de cá, tudo na Paraíba continuaria sendo um silêncio sepulcral.