Em 15/05/2019

 

No mais longo júri da comarca, policiais são condenados à pena máxima por massacre em Santana

 



            Por Redação da Folha – Em sessão que durou todo o dia dessa terça-feira, 14, varou a noite, madrugada e só foi encerrada no começo da manhã desta quarta, o Tribunal do Júri da comarca de Conceição condenou à pena máxima, por duplo homicídio, com várias qualificadoras, o policial militar José Alênio Leal Bezerra e o agente da Polícia Civil Francisco Renato Pereira Júnior, conhecido como Júnior Sedrim, de 39 anos, que também é vereador no município de Jardim (Ceará) pelo PSB.

          Cada um dos dois réus foi sentenciado a pouco mais de 45 anos de reclusão, o que totaliza mais de 95 anos de cadeia, mas, no Brasil, a pena máxima é de 30 anos. Ninguém pode ficar mais do que esse tempo preso, conforme a legislação penal brasileira. Os sentenciados deverão recorrer da decisão do júri, pleiteando sua nulidade. Os réus respondiam ao processo em liberdade, mas, após a sentença, tiveram a prisão decretada e foram presos.

            O julgamento já é considerado o mais longo da comarca de Conceição. Foram quase 24 horas de sessão, a maior parte do tempo de embate entre acusação, a cargo da Promotoria Pública, e a defesa dos réus. Os dois são acusados de um duplo homicídio no começo de 2010 na cidade de Santana de Mangueira. O casal Carlos Batista Pereira, então com 51 anos, e sua esposa Cícera Pereira da Silva, dois anos mais nova, tiveram a casa invadida durante a noite e foram mortos com mais de 20 disparos. Uma criança, neta do casal, ficou ferida durante a ação criminosa, mas conseguiu sobreviver. Conforme o que apurou a polícia, a dupla estava à procura de um filho do casal, mas ele havia ido dormir em outro local na noite do fato.

            Na época do crime, o policial civil Francisco Renato trabalhava na delegacia de Itaporanga, enquanto o policial militar atuava na região de Sousa. Os dois, que são cearenses, chegaram a ser presos em abril de 2010, mas, depois, conseguiram na Justiça o direito de responderem ao processo em liberdade. Na eleição de 2016, Renato foi eleito vereador com 1.161 votos no município de Jardim.

            Atuou na acusação o promotor Lean Xerez, que pediu a condenação dos réus por considerar que a participação dos dois está devidamente provada nos autos processuais. Já os advogados dos réus pediram a absolvição dos seus constituintes com o argumento de que não há provas de que foram os policiais que praticaram o crime. No entanto, o Conselho de Sentença entendeu pela culpabilidade dos acusados e eles foram condenados, mas devem pleitear o direito de aguardarem o recurso contra a sentença em liberdade. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 
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