Em 18/06/2018

 

Promotoria investiga questão sanitária em conjunto de Itaporanga, mas problema é generalizado

 



             Por Isaías Teixeira/Folha do Vale - O promotor da comarca de Itaporanga, Reynaldo Di Lorenzo Serpa Filho, está investigando, por meio de Inquérito Civil, instaurado no dia 13 deste mês, denúncia de poluição ambiental que estaria ocorrendo no conjunto Miguel Morato em razão da falta de saneamento básico, especificamente esgoto a céu aberto. O problema estaria afetando os moradores de parte do conjunto, mas a falta de saneamento básico é hoje uma questão generalizada na cidade.

              Não é apenas o Miguel Morato que sofre com esgoto ao ar livre na zona urbana itaporanguense. O problema sanitário afeta todos os setores da cidade, desde o centro, a exemplo da Rua Marta Batista de Moura e adjacências, até bairros mais distantes, como o Balduino de Carvalho, cujas ruas são descalças e tomadas por dejetos sem canalização. Até ruas antigas e também centrais, como Padre Lourenço e Getúlio Vargas, sofrem constantemente com esgotos estourados.

            Outra vergonha sanitária da cidade é o canal Xique-Xique (foto), às margens da PB-386, que há anos corre a céu aberto e prejudica a saúde de centenas de pessoas que moram nas suas proximidades e também afeta o meio ambiente:  o esgoto despeja diretamente dentro de um riacho. Um abaixo-assinado foi encaminhado há anos ao Ministério Público, mas nenhuma providência foi tomada.

            Também poderia ser alvo de abertura de Inquérito Civil o descaso do poder público para com bairros antigos, como o Chagas Soares e Vila Mocó, e áreas urbanas novas, como as que surgiram por trás do Centro de Saúde, na Bela Vista, e no Alto das Neves, que nem rede de esgoto possuem.

            Um levantamento feito pela Folha com base no censo populacional de 2010, e publicado no início deste ano por este jornal, revelou que 34,8% das residências de Itaporanga não tinham rede coletora de esgoto, mas, como não houve investimentos na área nestes oito anos, é provável que o percentual tenha aumentado.

           O município em situação sanitária menos ruim do Vale é Pedra Branca, com 33,8% de cobertura. Em São José de Caiana, o município em pior situação, o censo identificou que 99,3% dos domicílios não possuem canalização e destinação adequada de esgoto.

             O que falta mesmo para mudar essa realidade sombria é prioridade dos prefeitos e vereadores do Vale com saneamento básico. E, sem investimentos concretos no setor, sobram para os precários equipamentos de saúde da região, que estão cada vez mais cheios de pessoas em busca de cura para suas enfermidades, muitas das quais contraídas na porta de casa por um esgoto que corre a céu aberto.

 

 

 

 

 

 

 


 

 
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